Page 7 - Receptivo - Revista 2019
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Pérola do Caeté
Bragança de rica
cultura e natureza
por falar na junção de paisa-
gens naturais e riqueza gas-
E tronômica, há outro local
da região nordeste no Pará que
representa bem essa mistura: a ci-
dade de Bragança. Conhecida por
sua cultura, história, tradições e
belezas naturais, Bragança fica a Marujada de São Benedito Carlos Sodré/Agência Pará
210 quilômetros de Belém, indo
pelo caminho mais rápido. Ago- carne já tirada. Outra iguaria pela oração e tradições católicas. De-
ra, existe outro trajeto possível e qual Bragança é conhecida é a pois que a imagem do santo chega
bastante utilizado para quem quer farinha de mandioca. Patrimônio na Igreja de São Benedito na orla,
conhecer outros municípios e se imaterial da cidade, é tida como a a festividade continua com a tradi-
deliciar nas águas geladas dos ig- melhor farinha do Pará, sendo re- cional dança dos marujos no bar-
arapés da região. É a rota turís- sponsável pelo sustento de mais racão, onde sete tipos de dança são
tica da Estrada de Ferro Belém- de 4 mil famílias do município. É executados, sendo as principais o
Bragança, que refaz o caminho da a farinha d’agua lavada, crocante e xote bragantino e o retumbão.
antiga Maria Fumaça. Esse trajeto “baguda” a mais procurada entre as A apenas 36 km de Bragança,
tem 223 quilômetros e passa pe- quase duas toneladas das farinhas está a praia de Ajuruteua, aces-
las cidades cortadas pela ferrovia produzidas mensalmente na cidade. sada pela PA-458. No caminho, já
que ligava a capital aos municípios Bragança tem movimento em é possível ter uma prévia do que
do nordeste paraense, no final do diversos períodos do ano. Desde o vem pela frente. O trajeto possui
século XIX e início do século XX. reveillon, o carnaval com os blocos paisagem formada por manguez-
Bragança fica à margem do tradicionais, as festas juninas com ais e povoada de guarás, garças e
Rio Caeté, posição que fez com comidas típicas e concurso de quad- outras aves. Ao chegar na praia, o
que o município ficasse conhe- rilhas, o mês de julho, quando o ve- visitante se depara com uma das
cido como a Pérola do Caeté. É ali raneio leva programação cultural à praias mais bonitas do estado. A
na beira do rio que a cidade con- orla e praças da cidade, além de re- longa faixa de areia permite sen-
centra sua efervescência cultural. unir os foliões para a micareta fora tar de frente para o mar, de águas
Bares com música ao vivo, lan- de época, o CarnaBragança, o círio fortes, e apreciar alguns dos peixes
chonetes e restaurantes fazem da da cidade – no segundo domingo de e iguarias vendidas nas barracas de
orla do Rio Caeté um dos princi- novembro –, até a Marujada de São comida e pousadas do local.
pais pontos de encontro dos bra- Benedito, o maior símbolo cultural Além da praia, os arredores de
gantinos durante todo o ano. No bragantino, cujo o grande momento Bragança também são repletos de
local, é possível apreciar alguns é o dia 26 de dezembro. igarapés, que acabam sendo pon-
petiscos tradicionais e pratos típi- Mal acabou o Natal e Bragança tos de descanso dos bragantinos
cos, já que a cidade é conhecida já está ali, vestida de cores e fitas nos fins de semana. Há para todos
também por sua gastronomia. em louvor ao santo preto. Os maru- os gostos, desde os balneários ab-
Devido à vegetação de mangue jos e marujas tomam as ruas da Pé- ertos para um bom banho de rio e
que predomina na região, Bragan- rola do Caeté em uma grande festa, passeio, até opções que oferecem
ça é a terra do caranguejo, sendo misturando o sagrado e o profano, conforto e hospedagem.
a maior exportadora da carne do posto que, apesar de ser realizada
crustáceo no Brasil. Pode ser en- pela Igreja Católica, é uma tradição
contrado na forma “toc-toc”, quan- iniciada por escravos no século OS PACOTES TURÍSTICOS VOCÊ
do cabe à própria pessoa retirar das XVIII, possuindo forte sincretismo ENCONTRA NAS AGÊNCIAS DO
patas a carne do animal, ou com a religioso. Durante o dia, procissão, RECEPTIVO PARÁ.